Geleia Real

Nos últimos tempos, com a situação do confinamento social em que vivemos, fomos forçados a parar a  venda de rainhas, numa época do ano em que o sistema de criação de rainhas estava todo montado e preparado para o pico de produção.

Aproveitando a situação, ganhei coragem para fazer algo que já planeava e estudava a algum tempo, a produção de Geleia Real.

O método que usei para a produção, foi exatamente o mesmo que utilizo para a produção de rainhas, caixa inicializadora fechada e finalizadora horizontal de dupla rainha.

Os  objectivos, são:

- Testar, o sistema de criação de abelhas rainhas, 

-Testar, vários tipos de alimentação,

- Testar, diferentes formas de organização das criadeiras,

- Identificar, diferenças de produção de geleia real em criadeiras com ou sem reforço semanalmente de abelhas jovens.

- Verificar, o tamanho e quantidade de larvas por finalizadoras
-  Verificar, a capacidade de produção de geleia real das abelhas que utilizamos. 

A experiência está a ser fantástica e enriquecedora.

Vou partilhar alguns dos resultados que mais me surpreenderam. 

Um deles é, a seleção das larvas feitas pelas abelhas. As larvas mesmo sendo irmãs e com um período de idade muito idêntico, diferença de minutos ou no máximo horas, algumas dessas larvas têm merecido uma especial atenção pelas abelhas, ou seja, larvas irmãs com a mesma idade e com as mesmas condições são alimentadas de maneira diferente. Nota-se que existem células cheias de  geleia real, enquanto outras ficam apenas a meio, não existe uma alimentação uniforme. 

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Esta diferença de alimentação das larvas, pode estar relacionada com:

- a capacidade de produção de geleia real, por parte das abelhas que fazem a alimentação das larvas, 

- As abelhas conseguirem identificar o valor  genético de cada larva, selecionando e dando mais atenção a larvas com maior valor genético. (estou mais inclinado para esta hipótese)

Para a experiência, aumentamos as transferências de larvas ao dobro por criadeira, passamos de 48 células para 96. 

Depois de 16h, quando transferimos as células das inicializadoras para as finalizadoras, verificamos uma boa taxa de aceitação. Nos dois dias seguintes, verificamos que a taxa de aceitação tinha baixado. Como aumentamos o esforço de alimentação, ao aumentar as larva transferidas, as abelhas rejeitaram larvas que nas primeiras horas foram aceites, para alimentar e dar prioridade a outras.

Verificamos que o tamanha da larva/idade não é o factor de seleção, por parte das abelhas, elas tanto selecionaram larvas com horas de idade como larvas de três dias para alimentar. Foi uma seleção aleatória nos quadros porta células, o que dá mais peso a ideia da seleção pelo valor genético  de cada larva.

Em relação a idade das larvas, foi observado que ainda assim, as larvas transferidas com três dias de idade, tinha sempre menos alimento em comparação às outras, o que vem reforçar a importância da transferência de larvas mais pequenas, com uma idade inferior, para obter rainhas de melhor qualidade.

Tudo o que descrevo acima, são apenas observações de campo de apicultor, sem qualquer critério científico.
Quanto a produção de geleia real, é uma atividade pouco rentável ao nível de preços atuais no mercado,  mas muito enriquecedora em conhecimentos.  

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Tenho pena por não a ter colocado em prática mais cedo. 
Aconselho vivamente a todos os apicultores que gostam de criar rainhas experimentar, para observação, da capacidade de produção de geleia real e alimentação das larvas dentro das células,  em apenas 3 dias. 

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