A produção de mel era ainda uma surpresa quando, num dia ao acaso, o Carlos a caminho da serra assistiu a um enxame pousar num eucalipto. Numa pressa desenfreada rumou a casa para vestir um fato velho e vivido do seu pai (que também ele em tempos tivera abelhas, apesar de nunca se ter dedicado à produção de mel) e regressou , na curiosa ousadia, para apanhar aquele enxame.
Foi este o enxame que despoletou a paixão de Carlos pelo micro-mundo das abelhas e rendido, fez dele um dos seus projectos de vida. Pouco mais tarde, tentou cativar o seu irmão André para lhe seguir as pisadas e ajudar a tratar das abelhas. Inicialmente, este revelou-se adverso ao desafio até ser envolvido pela paixão do seu irmão mais velho e pelo admirável propósito destes pequenos insectos.
No primeiro ano tiveram cerca de 4 colmeias e no segundo ano já tinham 16. No terceiro ano estenderam a sua criação aos 35 colmeias mas viram-se obrigados a desfazer-se da grande maior parte delas devido a doença que as contaminou, ficando apenas 13 delas. No quarto ano, já eram mais de cinquenta colmeias. Entretanto, o Carlos foi para o Continente e formou-se em Engenharia Florestal e dos Recursos Naturais. Na sua universidade procurou de imediato alguém com quem pudesse aprender sobre as abelhas e descobriu o Sr. Engº Nuno Costa, responsável pelo Posto Apícola, com quem passou grande parte do seu tempo.